TRUMP JÁ PERDEU A GUERRA COMERCIAL COM A CHINA
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Agora mesmo começou e já estou a anunciar a
derrota, mais que certa, desta guerra de tarifas(comerciais) entre o maior exportador de
bens manufacturados (a China) e o maior importador dos mesmos (os EUA).
É que o presidente dos EUA está rodeado de
conselheiros tão patéticos como Bolton e Pompeo, que pensam que intimidando
tudo e todos com sanções, conseguem manter a hegemonia e, sobretudo, esta traduz-se
pelo famoso petro-dólar.
Mas, cada vez mais, o dólar deixa de ser uma
reserva indispensável, à medida que se expande a rede de trocas «win-win» entre a China e um
número considerável de parceiros, nas famosas Novas Rotas da Seda.
As nações não são muito diferentes de cada
pessoa individual, pelo menos no que toca a cálculo de vantagens e
inconvenientes:
- Se tivesse uma oferta de negócio
sólido, em que tivesse boa probabilidade de tirar vantagens concretas,
acompanhado pela anulação das suas dívidas, sem o risco de vir a perder algo
essencial, como a casa onde vive, o que faria?
- Muitos países endividados, mantidos num
estado de infraestruturas muito deficiente, têm agora a possibilidade de
desenvolver projectos de vias de comunicação, rodoviárias, ferroviárias,
marítimas e aéreas.
Estes países têm possibilidade de obter
créditos em dólares. Estes empréstimos da China, são também uma boa jogada para
ela se ver livre do excedente em dólares (mais de um trilião) que tem vindo a
acumular. Assim, ela coloca esses dólares à disposição dos referidos
países. Estes podem pagar-lhe de volta em yuan, ou noutra divisa com
circulação internacional ou através de fornecimento de matérias-primas.
Haverá portanto uma parte do mundo, que será
cada vez mais a esfera do yuan; a guerra comercial apenas vai acelerar o
processo.
Por outro lado, são o povo e os negócios americanosque serão prejudicados:
- irão sofrer a aceleração da inflação,
sabendo-se que os actuais valores de inflação apregoados pelo governo e media
corporativa são falsos.
- irão sofrer por não conseguirem escoar
certos produtos e matérias-primas: Os agricultores do Mid West, já não
conseguem escoar a sua soja e outras produções para o seu comprador tradicional
(entretanto, a China passou a comprar ao Brasil). A China também deixou de ser
cliente do petróleo resultante de fracking, vai abastecer-se noutros mercados,
incluindo o iraniano. Perante isto, os ultra-imperialistas de Washington não
poderão fazer nada.
Curiosamente, a China é agora como as grandes
potências industriais de meados do século XIX, que eram produtoras e
exportadoras de produtos manufacturados para os país pobres e
periféricos.
Quem está na posição dos países fracos, agora,
são os orgulhosos países industrializados do Ocidente, durante o século XIX, os
EUA, a Grã-Bretanha, a França...
Estupidamente, desindustrializaram-se e agora
não conseguem ser autónomos para muitos produtos industriais, electrónica,
informática, robótica, etc (que têm de comprar no extremo-oriente) e também não
possuem - dentro de fronteiras - a capacidade de produzir alimentos em
quantidade e diversidade necessárias para nutrir a sua população.
Quanto à energia, embora a Grã-Bretanha possua
algum petróleo e gás natural, essa fonte (do mar do Norte) está a diminuir
acentuadamente. Os Estados Unidos, com a indústria do fracking, por agora
conseguem ser autónomos, mas este processo é extremamente prejudicial em termos
ambientais e deixa de ser rentável se o petróleo for a um preço demasiado
baixo, durante um certo tempo (o limite de sustentabilidade seria 75 $ por
barril, segundo especialistas).
O mais estranho disto tudo, é que os
conselheiros da Casa Branca pensam que o jogo das trocas comerciais é um jogo
em que «eles ganham e nós perdemos» ou vice-versa!
Não, o jogo do comércio é logicamente um jogo
«win-win», pois os que compram, ou os que vendem, fazem-no porque têm vantagens
ao fazê-lo: o «perdedor ou vencedor», numa troca comercial normal, simplesmente
não existe, pois a mercadoria -ou o serviço- foi transaccionada por uma
soma apropriada, por ambas as partes, caso contrário, não
aconteceria.
Isto é a norma das trocas, tanto ao nível dos
indivíduos, como de grandes compras e vendas entre países.
São pessoas embriagadas de poder, que estão a
causar um prejuízo enorme no mercado mundial, fazendo com que vários países estejam já a sofrer consequências. Por
exemplo: se determinada matéria-prima é fundamental para fabricar um produto
industrial; se houver uma diminuição significativa da procura desse produto, também
- a montante - a procura dessa matéria-prima será menor.
Todos os países, mas - em especial - os países
mais fracos, serão afectados pela diminuição do comércio mundial.
Oxalá que as contradições se avolumem, de tal
maneira que, o próprio povo dos EUA ponha um termo a esta política de
brutalidade arrogante e primária.
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