Monday, May 13, 2019

MANIPULAÇÃO DOS MERCADOS DE METAIS PRECIOSOS PODERÁ ACABAR EM BREVE


MANIPULAÇÃO DOS MERCADOS DE METAIS PRECIOSOS PODERÁ ACABAR EM BREVE

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Os economistas «mainstream» costumam depreciar o papel do ouro (e prata) enquanto metais monetários. Porém, desde que Nixon, em 1971 rompeu com a indexação do dólar ao ouro (uma onça de ouro = 35 $ ) o mercado do ouro sofreu muitas transformações. Primeiro, houve uma subida espectacular até a 1980, depois, começou a era da supressão do preço do ouro pelos bancos centrais das maiores potências ocidentais, com a conivência dos chamados «bullion banks», ou seja, dos bancos autorizados a fazer negócios com o ouro, no COMEX (nos EUA) e LBMA (em Londres), mercados esses que estão completamente dominados pelos contratos de «futuros».
Em resumo, um contrato de futuros, é um contrato em que o vendedor promete vender num certo prazo (por exemplo, dois meses) e o comprador compromete-se a comprar por tal preço e em tal data, independentemente do preço que houver no mercado, nessa altura.
Este instrumento foi utilizado primeiro pelos agricultores para conseguirem garantir o rendimento das suas culturas, mesmo antes da colheita, dando estabilidade e rentabilidade às empresas agrícolas. Actualmente, utilizando futuros, os especuladores conseguem fazer operações lucrativas, em relação a quaisquer matérias-primas cotadas em bolsas, apostando numa determinada direcção do mercado.

Porém, os grandes bancos, têm a capacidade de falsear este mercado de futuros, pois são capazes de produzir tantos contratos de futuros quanto quiserem, quebrando assim o preço do metal precioso, com a súbita (em segundos) injecção de grande quantidade de contratos de futuros, fazendo baixar dramaticamente o preço do «ouro-papel». 
Há que distinguir o «ouro-papel», do ouro-metal propriamente dito, pois, embora o metal seja transaccionado normalmente em relação directa com a cotação dos mercados de futuros (= ouro-papel), em condições de dificuldade de abastecimento do mercado em ouro físico, tem-se verificado a descolagem entre um e outro preço. Assim, numa dada ocasião, o ouro físico pode estar a ser transaccionado 5% ou mais, acima do seu valor nos contratos de futuros.
É justamente neste ponto que tem maior fragilidade o esquema montado pelos grandes bancos, em conjunção com os bancos centrais e com os governos ocidentais. Com efeito, os contratos-futuros supõem - pelo menos para os grandes investidores - que, caso os referidos contratos são conservados até à data de expiração, estes têm de ser satisfeitos, não em divisas (como tem sido geralmente o caso), mas em ouro físico. Um grande agente comprador, intermediário de um banco central, como o chinês ou o russo, pois é assim que actuam, pode exigir ser-lhe entregue o ouro físico correspondente; se a plataforma (COMEX ou LBMA)  não o fizer, entra em incumprimento e a sua imagem fica totalmente posta em causa.
Observando a evolução da guerra comercial entre a China e os EUA, vemos que está a tornar-se cada vez mais interessante para a China fazer com que o valor real do ouro surja em pleno.
A China tem beneficiado da supressão do preço do ouro, comprando sistematicamente grandes quantidades, em praças financeiras ocidentais.
Muitas vezes, as barras de ouro compradas em Londres, por exemplo, são refundidas e transformadas na Suiça, em barras com as características que o banco central da China utiliza para armazenar o seu ouro.
Porém, agora, será o momento para a China valorizar a sua moeda, em relação ao dólar e não de a depreciar ainda mais, ao contrário do que a imprensa financeira mainstream vaticina.
Vai haver uma aceleração da «desdolarização», quer em termos de reservas nos bancos centrais, quer em termos de comércio internacional. Neste contexto, a China tem toda a vantagem em mostrar que possui um yuan forte, um yuan que se apoia numa quantidade de reservas de ouro, que é, na verdade, muito maior (4 ou 5 vezes) que as reservas oficialmente contabilizadas pelo PBOC (People's Bank of China).                    
As potências todas, sejam quais forem, comerciam com a China. Elas vão - cada vez mais - ser favoráveis a deter em reserva o yuan, tanto mais que a moeda chinesa já faz parte do cabaz de moedas do FMI, o SDR.
Por outro lado, a política de sanções dos EUA contra uma série de países, incluindo as retaliações contra países terceiros que façam comércio com os países-alvo, vão exacerbar mecanismos de troca directa e de ajustamento dos balanços, usando divisas nacionais dos respectivos países.
Agora, vai entrar em pleno funcionamento a nota de crédito comercial em yuan, juntamente com a sua convertibilidade em ouro, no mercado de  Xangai. Note-se que é aí transaccionada quotidianamente uma quantidade de ouro físico superior à das plataformas ocidentais do COM EX e da LBMA.
A previsão de que a supressão do preço do ouro deixa de ter vantagem para a China, não é de agora.
Os analistas já previam há muito tempo que esse dia iria chegar. Conjuga-se tudo para que esse dia chegue em breve:
- Durante o último decénio houve acumulação de grande quantidade de ouro na China (também na Rússia e em vários países asiáticos).
- A agressividade do império americano em decadência, com as sanções, literalmente, afecta todos - amigos e inimigos.
- A guerra comercial cria obstáculos ao comércio com os EUA e, portanto, diminui a percentagem do comércio mundial feito em dólares.

A China deve estar a preparar-se para uma nova etapa na internacionalização do yuan. Essa etapa será, sem dúvida, o despegar da sua indexação ao dólar.
Prevê-se que esse despegar valorize, em termos relativos, o yuan em relação ao dólar, da ordem de 20%. Como corolário, o yuan vai sofrer uma revalorização em relação às outras divisas.
Tal revalorização já não é um problema tão grande para a exportação, pois os países fornecedores da China recebem um yuan forte e têm a possibilidade de conversão do mesmo em ouro.
Penso que isso vai fazer com que os países petrolíferos, mesmo que «pró-americanos», sejam tentados a fazer comércio usando a divisa chinesa. Isto será a sentença de morte do petro-dólar.

Não sei se os imperialistas em Washington vêm as coisas deste modo mas, se o não fazem, das duas, uma:
- Ou são loucos, que estão dispostos a fazer uma guerra total com a China, a Rússia e toda uma série de aliados destes. 
- Ou estão na ilusão de que conseguem «torcer o braço» aos dirigentes chineses, fazendo com que estes capitulem, cedendo no controlo do comércio mundial. Isto é outra forma de loucura, pois avalia o adversário de forma totalmente errónea, quer em relação à sua posição geo-estratégica, quer económica, quer ainda à índole e psicologia dos líderes da China.


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