Saturday, October 19, 2024

PT -- MANLIO DINUCCI: Bombas Nucleares Debaixo dos Nossos Pés

Bombas Nucleares Debaixo dos Nossos Pés

Manlio Dinucci

 

NATO Steadfast Noon Exercise and Nuclear Modernization in Europe. Source



A NATO anunciou que teve início a 14 de Outubro de 2024, o seu exercício nuclear anual, Steadfast Noon, com a duração de duas semanas, com mais de 60 aviões de 13 países a realizarem voos de treino sobre a Europa Ocidental. Participam caças capazes de transportar ogivas nucleares norte-americanas, incluindo os primeiros caças F-35A da NATO declarados aptos para o uso nuclear. Participam bombardeiros pesados, caças de escolta, aviões de reabastecimento em voo e aviões de guerra electrónica, com um efectivo de 2.000 militares de oito bases aéreas.

No exercício de guerra nuclear, claramente dirigido contra a Rússia, participa também a Itália, que - juntamente com a Alemanha, a Bélgica e a Holanda - adere à “Partilha Nuclear” da NATO.

Qual é o grau de “partilha”, explica a própria NATO num texto oficial:

 

1) “O planeamento nuclear da NATO é levado a cabo pelo Grupo de Alto Nível, presidido pelos Estados Unidos”.

2) “Os Estados Unidos mantêm o controlo e a custódia absolutos das suas armas nucleares implantadas na Europa, enquanto os Aliados fornecem apoio militar.”

 

Por outras palavras, são os EUA que fornecem aos Aliados europeus as armas nucleares sobre as quais mantêm o controlo absoluto, enquanto os Aliados europeus fornecem aviões e pessoal militar preparados para armas nucleares sob o comando absoluto dos EUA.

A “partilha nuclear" está a estender-se para além dos países que oficialmente fazem parte dela: esta situação é demonstrada pelo facto da Polónia, da Roménia e da Finlândia estarem a participar no exercício de guerra nuclear. Visto que os aviões da NATO, com dupla capacidade convencional e nuclear,  também estão posicionados nos Estados Bálticos, este facto significa que os EUA criaram uma frente avançada na Europa a partir da qual pode ser lançado um ataque nuclear contra a Rússia.

Ao mesmo tempo, os EUA “revitalizaram” as bases nucleares na Europa, equipando-as com caças F-35A e com as recentes bombas nucleares B61-12. Em Itália, a base de Ghedi, onde está estacionada a 6ª Ala da Força Aérea Italiana e a base de Aviano, onde está estacionada a 31ª Ala de Caças dos EUA, foram “remodeladas”. As outras bases nucleares “actualizadas” são as de Kleine Brogel, na Bélgica, Volkel, nos Países Baixos e Büchel, na Alemanha, às quais se junta a base de Lakenheasth, na Grã-Bretanha, “requalificada” em segredo.

Os Estados Unidos estão a “renovar” o seu arsenal nuclear com uma despesa prevista de 1,7 biliões de dólares, conduzindo uma corrida ao armamento que se está a tornar mais perigosa do que a ocorrida durante a Guerra Fria. Basta dizer que as armas nucleares americanas instaladas na Europa, perto da Rússia, podem atingir São Petersburgo ou Moscovo em poucos minutos.

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Tradutora:

Maria Luísa de Vasconcellos

Email: luisavasconcellos@gmail.com

 

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